Cuidar da saúde bucal faz parte da rotina dos 755 mil indígenas que vivem nas mais de seis mil aldeias em todo o país. A Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena (EMSI) realiza ações coletivas e individuais nos polos base, nas unidades odontológicas móveis ou em consultórios portáteis do tipo maleta. Somente em 2020, a SESAI realizou mais de 38 mil procedimentos odontológicos.
“Dependendo da região a gente usa uma técnica chamada ART, que é uma técnica atraumática. A gente consegue fazer restaurações, que são ótimas, perfeitas e sem ter uso do motor, cadeira, compressor e energia elétrica”, explicou a dentista Raíza Vieira, que trabalha no DSEI Yanomami.
Atualmente, mais de 920 profissionais de saúde bucal atuam nos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). Durante as consultas, são realizadas restaurações dentárias, selantes, raspagem periodontal e exodontias.
Muitas vezes esses tratamentos são realizados em áreas de difícil acesso e, após anos de trabalho de conscientização sobre a importância da saúde bucal, não há mais resistência por parte dos indígenas. “ Estamos há quase 20 anos trabalhando com eles e houve uma evolução muito grande ao tratamento que a SESAI oferece a todos esses indígenas. Eles adoram quando a gente chega com os equipamentos para fazer os tratamentos”, explicou o responsável técnico pela saúde bucal do DSEI Guamá Tocantins, João Bastista Vasconcelos.
João Bastista conta que somente lá no DSEI Guatoc, são 18 equipes para atender 19 mil indígenas nas regiões de difícil acesso da Amazônia. Os profissionais são dentistas, auxiliares de saúde bucal, que normalmente são indígenas, e agentes indígenas de saúde (AIS). “A gente carrega, literalmente, os equipamentos portáteis nas costas devido ao acesso ser muito difícil”, contou.
Além dos tratamentos, profissionais de saúde também atuam em atividades de educação. Em ações coletivas, os indígenas recebem kits de higiene com escova, pasta de dentes e fio dental.
(Texto e Fotos da Sesai)
Publicado em 29/03/2021